Prólogo

Querido Diário

P

ela primeira vez há muito tempo eu o peguei novamente. Não sabia o que escrever, ou o porquê escrever. Mas agora eu me lembrei que se eu não escrever aqui o que está acontecendo eu vou explodir.

As pessoas não me olham como antes, como a garota que namorava o cara mais lindo da escola. As pessoas me olham agora como um mostro. Um monstro terrível que com um toque pode matar qualquer pessoa, ou melhor qualquer ser vivo.

Não deveria ter escolhido voltar, foi um erro, mas eu queria minha vida de volta, minha família, meus amigos, meu namorado. E agora? Não me restou nada.

Por onde passo ouso as pessoas me chamarem de Filha da morte, e não é para a menos.

Eu queria voltar e ser como era antes, ou melhor nem voltar. Permanecer morta me parece uma proposta tentadora. – Mordisquei a tampa da caneta e continuei- Eu sei que tenho uma missão para isso acabar, mas preciso saber quem devo encontrar. Seria tão mais fácil se a morte me dissesse, mas ela não diz.